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Diáfanos propõe o mapeamento de casas desaparecidas da paisagem urbana das cidades brasileiras, encontradas através do Google Street View, e a projeção de suas imagens sobre os prédios e as edificações que tomaram seus lugares. Impressas em grande formato sobre tecido, estas fotografias colocam o publico frente a frente com fantasmas que denunciam a transformação brutal de nossos valores sociais.

Em Diáfanos, a recolocação de casas em seus antigos logradouros, sobrepondo à edificação atual, estimula a observação de camadas de história presentes nas memórias dos corpos que transitam naquele território. Como nos coloca o Prof. Antônio Fatorelli “As imagens estáticas, a fotografia entre elas, proporcionam um tempo de observação prolongado, oferecendo ao sujeito da percepção a oportunidade de empreender um percurso que pode variar entre a observação desinteressada e a mobilização imersiva, passando do olhar fortuito à atenção prolongada.” 

 

Para construir uma cidade no presente, onde possamos viver melhor no futuro, precisamos ter acesso às diversas épocas da história presentes na paisagem. Não é possível saber para onde ir, se não sabemos de onde viemos. Como nos diz Benevolo: “A história de uma cidade não é somente uma contribuição ao conhecimento do passado, que vai aumentar o patrimônio das lembranças históricas, mas permite também considerar o presente numa perspectiva correta, e ajuda a projetar melhor – com maior consciência e responsabilidade – o futuro do ambiente urbano.” 

 

Diáfanos é um projeto de fotografia que propõe o mapeamento criativo de construções desaparecidas da paisagem urbana da cidade de São Paulo. Apresentado na forma de impressões fotográficas de grande formato sobre tecido, as imagens tornam-se representações das transformações ocorridas no tecido da urbe paulistana nos últimos 10 anos. Para mapear e obter imagens das antigas casas e sobrados que desapareceram, usaremos como ferramenta o aplicativo Google Street View. Então, voltando aos locais em que estas edificações existiram uma vez, usando projetor de vídeo, recolocaremos os fantasmas das casas, nos locais que elas habitaram um dia. 

 

Após quase dois anos recolhidos por conta da pandemia do COVID19, propomos ao público uma reflexão sobre a ocupação do território, saúde urbana e qualidade de vida. Oferecemos uma experiência visual sobre as transformações de nossos valores sociais. Uma percepção sobre o apagamento do passado que escorre por entre os dedos de nossos pés apertados em sapatos e apartamentos, enquanto empreiteiras e grandes corporações enriquecem.   

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